Migalhas de uma utopia
Não sei onde estou só sei que nada é como antes.
Minha cidade, meu estado, nem sei qual é o meu país!
Muitos dizem que a guerra nos enaltece e muito nos orgulha,
mas a meu ver são desastres e esquecimentos da humanidade
e dos sentimentos que nos diferem de outros animais.
A vida deveria ter outra razão que não fosse ver
e fazer um semelhante infeliz.
Tiramos o pão dos famintos para comprarmos munições,
e ainda estufamos o peito dizendo que somos nacionalistas!
Queria esquecer os podres da existência,
mas parece que o mal é mais forte na minha carne fraca.
Tenho vergonha das minhas raízes, que me levam para o abismo
não dando a chance da esperança aos meus descendentes.
Até as estrelas se ofuscam, pois todos os seus brilhos e esplendores eram refletores de nossas almas!
Nada mais faz sentido, quando percebemos que todos os sonhos podem virar realidade, inclusive os projetos mais perversos que ambicionam e transformam um sonhador em um homem só de carne
e de vontades egoístas!
Será que sou a única sobrevivente de uma utopia
que me parece ser tão real?
Será que todos se esqueceram que no início de tudo só existia
um ser solitário, que por amor criou e idealizou pessoas
e por amor deu-as livre arbítrio?!
Hoje vivo num mundo onde os sonhos se tornam pesadelos,
árvores se tornam carvão, o solo produtivo torna-se infértil, por poluições, verde que vira desertos,
céus que não trazem mais a calmaria e a pureza do azul,
a conseqüência dos nossos atos nos tronaram doentes!
Será que os desastres naturais são reflexos das nossas almas?
Será que ainda temos chance de cura?!?!