Infinito pesadelo

. . . E trôpego da longa caminhada que fizera,

Sentou-se para um ócio,

Debaixo do pé de frutas . . .

..................................................................................................... . . Átomos, asteróides . . . sinto, escuto, vejo,

Não acredito . . .

Lado avesso vejo tudo.

Como poderei voltar dessa viagem louca?

Onde as luzes das estrelas machucam . . .

Onde o sol alisa sem queimar . . .

. . . Donde vejo tudo pequeno,

Que até com as mãos dos olhos não dá para pegar.

Estou confuso, giro, sigo, piso igual a um parafuso.

Vou mais alto . . ., mais além . . . mais alto,

Não sei onde ou quando vou parar.

Chego ao auge do meu sofrimento,

Onde em apuros com apenas um toque da minha mão,

Acalentei, afugentei quem me apertava, a solidão.

Agora sim, agora sim , exclamo em vivida voz,

Felizmente solto .

Farei uma viagem longa sem vida,

Sem fim, sem rumo . . . vívida,

Aconchegante, livre, descontraída.

..................................................................................................... . . E num susto súbito,

Acordei com uma gota de orvalho nos olhos.

Pois acordei de um sonho lindo,

Que antes era pesadelo e que depois tornou-se tranquilo.

Depois, debaixo do pé mangueira . . .

Levantei-me . . . peguei o agasalho e fui-me embora.

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