Ânsia
Mata-me
através do silêncio escorregadio
à margem
das coisas que devoram
ao cair da noite.
Mata-me
oh clemência!
Com tua doçura e lágrimas.
Rasga-me
como uma estrela fugaz.
Sacia-me
com teu cheiro de cipreste no ar.
Bendito espírito do vento,
leve-me para qualquer direção.
Sussurra em meus ouvidos
canções antigas de amor.
Mata-me aos poucos,
incessantemente
com a tua beleza
estendida em meu peito
ainda que a noite se acabe.