Auto-Retrato
Auto-Retrato
I
Agora eu entendo o quanto estive errada
e o quanto estes pés estiveram infalsos
e calcaram no chão de cimento a areia
de um tempo veloz que a passo de lebre
mordeu minha orelha e fez sangrar a alma
que delirava suavemente a calma
de um espéctro de passaro vermelho
que de chamas se deu asas e virou lobo
no interior de minha oca costela
que viria a ser do pranto a viela
no dia que sombrio eu fui despertar.
(Rafaela Duccini - 22/3/2009)