No grito silencioso do peito
Surge uma dúvida certeira
Escute, ilustre desconhecido,
Me amas com o fogo de teu ódio?  

No silêncio eloquente das noites
Meu coração dispara bem devagar

Tenho uma culpa  inocente 
Pois no tácito tumulto de minh'alma
Meu ser gela de desejo ardente

Diga-me, nobre vagabungo,
Amas-me em lúcida loucura?

Meu coração estanca aceleradamente 
Num arrebatamento meticuloso
Espero teu asentimento loquaz e mudo 
 
Para na eternidade de um instante 
Ser pluralmente única em tua vida
Nua
E crua.





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