O poeta jogador

Crio sempre encantado
Atirando com ardor
Encontrando uma jogada
Como um louco de pavor

A história enganadora
Delatada com a jogada
Contaminando o jogador
De uma dor já censurada

Grita os olhos do cantor
Encantando o alimento
Que a fome do pavor
Faze de um dia já jogado
O palhaço de pavor

Ao buscar uma divida
Que censura as suas culpas
O poeta já cansado
Com os risos do bom dia

Passa sempre assustado
Olha sempre para os lados
Esperando preocupado
Uma noite de alegria

Olha os olhos do cansaço
Do poeta do pavor
Que jogando no espelho
Assustando o censor

Censurando a palavra
Cometendo a injustiça
Enganando a jogada
O poeta é o artista

Que figura entre os cacos
Da morte injustiçada
Onde os cantos do espelho
É o medo rabiscado

Como vai o seu bom dia
Vadiando a idéia
O censor de uma vida
Canta a história da medeia

Bruxo mal e sem razão
O poeta já cantou
A posse de buscas fúteis
Já morreu e já voltou

Com o canto de uma bruxa
Sem a razão dos olhos cansados
Achando espinhos nos cacos
De um espelho apagado

O poeta jogador
É censor de uma idéia
Vive a vida de ator
Vive a vida sem saber
Que a censura pode ter
Uma faca pelos lados
luiz machado
Enviado por luiz machado em 27/05/2009
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