Velha espada
Ainda de bainha fria e cabo quente,
Arde a lâmina inflamada
Sobre as velhas fardas fluorescentes
Dos fantasmas que lutaram noutro dia
Sem motivos e remanescentes.
Vem contigo um véu constante,
Velha espada,
Uma lembrança embaraçada,
Uma elegia, um velho campo de batalha
E a voz de um deus de guerra descontente.
Teu fino fio cortante ameaça o tempo
Que aqui meu peito aflora:
Se não cumprisses teu destino antes,
Velha espada,
Que seja feito então agora.
Pois já cansei de batalhar na fina chuva.
Velha espada,
Hoje é com peito nu que te deparas,
Teu nó meu aço velho encurva
E voltas para poderoso nada.