Velha espada

Ainda de bainha fria e cabo quente,

Arde a lâmina inflamada

Sobre as velhas fardas fluorescentes

Dos fantasmas que lutaram noutro dia

Sem motivos e remanescentes.

Vem contigo um véu constante,

Velha espada,

Uma lembrança embaraçada,

Uma elegia, um velho campo de batalha

E a voz de um deus de guerra descontente.

Teu fino fio cortante ameaça o tempo

Que aqui meu peito aflora:

Se não cumprisses teu destino antes,

Velha espada,

Que seja feito então agora.

Pois já cansei de batalhar na fina chuva.

Velha espada,

Hoje é com peito nu que te deparas,

Teu nó meu aço velho encurva

E voltas para poderoso nada.

Silvana Bronze
Enviado por Silvana Bronze em 23/05/2009
Reeditado em 31/07/2009
Código do texto: T1611011