Skate Keith
Natural que fôsse assim,
ir rolando sobre a mesa
com os dedos guiando
um protótipo de prancha,
imaginando as ondas,
manobrando a vida,
já que seus movimentos
não respondiam ao comando
do cérebro.
Cabelos longos e lisos,
braços forte e firmes,
um jeito infantil no olhar,
pela casa uma cadeira que anda,
o telefone toca
alguém vem para janta.
Os monstros lá fora estão em festa,
e na praia os anjos deslisam nas ondas,
depois deixam marcado na testa
enquanto fazem a ronda.
Meninas de rabo de sereia
inventam novas cantigas de roda,
sapos nunca serão príncipes,
e nunca estarão na moda.
Purpurina pelo corpo,
parafina pela prancha,
alguém já está morto
só resta uma mancha.