Poesia Lunar

Pressinto o fim

Sinto minha pernas bambas

Armarem-se contra mim

Pressinto a morte

Sinto que não sou mais forte

Que não tenho amor e nem sorte

O que sentirei de hoje em diante?

"A vida cada vez mais distante"

Ouço o som da chuva

A nuvem negra que tortura

A habitante da lua

Que está quase nua

Mas não consegue se exibir

Olhe como ela é bela

São verdes os olhos dela

Ela é bela como a vela

Que queima

Até a ultima quimera

O diabo a deseja

Deus aponta o caminho

Todo homem lhe corteja

Mas o vento sombrio

Leva a nuvem

Pra que ninguém a veja

Nós somos dois tão sozinhos

Ora, porque não nos encontrar?

Ouço o som da chuva

Da lágrima que cai do teu olhar

Senhor então me esculta

Somos tão sozinhos

Porque não nos encontrar?

Mata meu corpo

Deita ele na rua

P'ra que minha alma possa voar

Até a lua

Eu que sou sozinho

Ora, porque não a encontrar?

Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 15/05/2009
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