Poesia Lunar
Pressinto o fim
Sinto minha pernas bambas
Armarem-se contra mim
Pressinto a morte
Sinto que não sou mais forte
Que não tenho amor e nem sorte
O que sentirei de hoje em diante?
"A vida cada vez mais distante"
Ouço o som da chuva
A nuvem negra que tortura
A habitante da lua
Que está quase nua
Mas não consegue se exibir
Olhe como ela é bela
São verdes os olhos dela
Ela é bela como a vela
Que queima
Até a ultima quimera
O diabo a deseja
Deus aponta o caminho
Todo homem lhe corteja
Mas o vento sombrio
Leva a nuvem
Pra que ninguém a veja
Nós somos dois tão sozinhos
Ora, porque não nos encontrar?
Ouço o som da chuva
Da lágrima que cai do teu olhar
Senhor então me esculta
Somos tão sozinhos
Porque não nos encontrar?
Mata meu corpo
Deita ele na rua
P'ra que minha alma possa voar
Até a lua
Eu que sou sozinho
Ora, porque não a encontrar?