Noite de mistérios
Cantava a lua
Na folhagem da carnaúba
Flores suspiravam ao vento
Lento num olhar lânguido
O canto das estrelas ao longe
Numa sinfonia de serenatas
Era o céu escuro porém
Os cabelos castanhos curtos
Ao vento beijando os olhos
Do silêncio que passava
Numa janela uma camponesa
Rosto pálido sorridente
Os seios cobertos numa renda
Alva invejando a lua
Lançou o olhar no seresteiro
Somente as estrelas viram
O desmaiar do coração
A porta aberta murmurou
O nome dele – João Batista –
Em delírio no túmulo
Um corpo agita-se
“Inocência” – Clama
E ela espera a lua sumir-se
Nas nuvens negras
Enquanto no céu as estrelas fogem
Na janela ainda se vê a mulher
Receber o abraço de João...