COSPE o CÉU
Meu amigo, anjo ou vidente,
forma de homem
deitado na explosão atômica,
grito enjaulado
o que fez do mar
(o gracioso lésbico
que chupava estrelas
e mamava na lua)
apenas um menino perdido
na estrada sem rumo
das escadarias das catedrais?
O que fez dele o mar humano embebedado
de costas na miséria estrelada como o deus
dos moribundos sem hospital? a quem
restou recolher o lixo do céu?
O que é este mar
que arreganha os dentes verdes até o pavio
e cospe o céu na humanidade?
O mar é venéreo o mar é venéreo é venéreo
o mar é o velho que vaza cabelos e dedos
nos anéis do triunfo do Poder sem limites
que o mar mais por escárnio que por mau tempo
mastiga p'ra que o sol nasça além da Religião e da Anedota