A casa amarela

O dia só tem 24 horas

E me perdi das casas amarelas

Que costumava construir meu avô

Reflexivas ruas antigas

Onde ele caminhou cheio

De pensamentos; Preocupado

Com o que hoje não passa

De seu descanso

A criação preta e branca de seus filhos

Embaçaram os fatos com o tempo

O dia só tem 24 horas

E as horas realmente passam

Em pouco viram anos, séculos

E nunca estou preparada

Desculpa sempre... Nunca desculpa

Alheia a tudo, não me importa nada

Apenas encontrar a casa

Dentro do beijo do meu avô

Que se inclinava até a testa

E saía... Indiferente e carinhoso

O dia só tem 24 horas

E vejo que termino sempre só

Meus pais embarcaram no último trem

Sorrindo e acenando com as mãos

Eles brigavam, mas o cordão umbilical

Foi desproposto e amarelado

Como a casa que nem cheguei

A visitar

Pois estava sem luz, sem móveis

E sem a idéia de construção e

Cimento

O dia só tem 24 horas

Gira mundo em meu redor à toa

Colorido, cinza, verde...

Vez amarela

Como a espera de voltar à felicidade

Que faltou

Mas os risos ainda bem funcionam

Raspa... Passa... Pára... Desaba

Só não a casa amarela

Que construiu meu avô.

S7

09

Shauara David
Enviado por Shauara David em 04/05/2009
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