paraíso da incerteza
latas epidêmicas pelas avenidas
mares decifrando a geografia no chão
bocas mal amadas e depois ressequidas
chá com goiabada que enganou o cascão
alicerce imundo, mijo de crocodilo
não pesou um quilo o peido do pensador
gavião da mata argumentado com o esquilo
que a beligerância é o medo do opressor
coruja agorando a luz que estava acesa
cavalo na mesa e a sua sopa de pão
baleia assassina namorando a princesa
enquanto a menina escorraçava o leão
era o paraíso onde morava a incerteza
e o meu juízo cabia na minha mão
Rio, 20/04/2009