Coração no divã...
Meu coração anda distante, triste,
reluta e se recata a vibrações.
E se pergunto curioso e irrequieto...
Qual o sentido para essa situação?!
Só me desdenha sem me dar atenção.
Parece nem me dar ouvido... Desiste.
Ou insiste negligente... Só resiste!
Anda batendo fraco, evita pulsações.
Fechou todas as frestas, atalhos de emoções.
Vai capengando pelas esquinas como sina.
Não sei se consulto o cardiologista...
Ou quem sabe um desses analistas?!
Vai ver... Talvez ele seja um artista.
Meu coração já não mais me corresponde.
Ao muito que anseio, perdida em devaneios.
Só bate pouco, nem o sinto mais no peito...
E ele é ainda tão moço, mas é verdade
Que já passou por grandes alvoroços.
Mas nunca perdeu o apetite do almoço...
Talvez ande atrapalhado e com cansaço.
Esquive-se de amores frívolos e falsos.
Ou vai ver o danado está mais exigente.
Depois de passar por tantos percalços.
Meu coração está pedindo um tempo;
Mas eu não sei não... Se ele tem jeito...
Ou vai ver é só um pequeno defeito
Para perceber, de fato, que o tempo é hoje,
Aqui e agora para realizar os meus desejos.
Para que possa desfrutar da vida afora,
Terá que retomar o seu rumo e o prumo.
Antes que a emoção queira ir embora.
É melhor arrumar as suas idéias agora.
Porque vai ver ele precisava dessa hora...
Para confabular e se ajeitar antes de se soltar.
Nesta conversa em verso e prosa... Lá pra fora!
Dueto: Carmen Lúcia & Hildebrando Menezes