Programa gorado

Um dia,
decidi-me  a fazer um projecto
para a minha vida.
Esqueci-me que ela já estava programada
Mas, ousada, decidida, e esta teima
que me desatina, desafiei o destino.

Fiz o esquema.
Nele inclui tudo o que achava deveria ser feito.
Para que na vida, nada ficasse ao acaso perdida
Assim dividi em quatro partes.
E numa tabela, assim concebida, coloquei
o que achava não deveria ser esquecido.
Numa parte arrumei o amor divino,
que inclue o humano.

Não se pode amar a Deus sem ao próximo.
Inclui nesse amor tudo o que achava ser
esse sentimento de afeição.
E, a quem dedicaria essa ternura,
que da alma viria.
Mas, lembrei-me, que para amar
é necessário excluir índoles que podem afectar
essa dedicação, como o orgulho,
a impetuosidade sem freio.,que ferem,
são impeditivas de uma boa relação de afecto.  

Inclui a natureza que é uma condição de amor.
E, que nos faz brilhar os olhos
e, louvar ao criador.
Nem sequer exclui aquele amor
que me fez infeliz.
Porque perdoar é amor.
Noutra parte fui escrevendo
o que a seguir considerei
ser meu dever.
A minha profissão, a minha arte, o meu oficio,
que seria o meu ganha pão e, a minha realização.
Cuidei, para que nada esquecesse.
pois é a grande fatia que nos preenche a vida,
Cheguei à terceira parte, com alguma indecisão.
O sonho a fantasia, que nos faz idealizar,
um mundo, que pode nunca estar ao nosso alcance.
Mas adicionei-lhe; fé e esperança
para reforçar esta utopia tão necessária á vida.
E aqui aumentei também a sensatez a prudência
e a paciência para poder aceitar as desilusões
Agora, só faltava o último quadro.
Ah agora teria muito cuidado.
Mas, que faltava colocar, para a vida poder trilhar?
Fiquei num impasse, ainda havia tanta coisa embaraçada.?’
Mas tinha que me decidir.
Então, lembrei-me de escolher o prazer.
Esse elemento, que nos faz sorrir.
Meti-lhe dentro as viagens, o lazer,
vêr, aprender, conhecer, interagir
e escrever.
Eu, a aprendiz de poeta, que faço rabiscos.
Uns dizeres sem pretensões.
Envolvo-me nesse prazer quase insano.
E é nessa escrita, que exorcizo, o que as feridas
da vida me vão causando.
Sei, que muito há para incluir.
nesta área do prazer. mas eu apenas
deixo, que esse prazer, me venha desafiar.
E, que me seja permitido usufruir.
Mas, depois reparei, que me tinha
esquecido da saudade, mas, o destino chamou-me à parte.
Então, sisudo, mostrou-me um livro com o meu nome.
E, que já tinha a assinatura divina.
Era o meu livro da vida o destino
De nada me valeu estar a ousar
e, atrevidamente programar
outro destino.
Rasguei então o programa.
Mas jurei, se pudesse, contrariava o que me não agradasse.
De tta
1-05-09

Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 01/05/2009
Reeditado em 02/05/2009
Código do texto: T1569689
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