A POESIA E EU
Sem a roupa que te mascara
Nua até de todos os propósitos
Invade-me por inteiro, incrédulo,
Fazendo-me um pouco poeta.
Mas poeta irascível e fraco
Que indolente deixa-se dormir.
Tenta nos sonhos da mente
A poesia que se nega mentir.
Pedante mulher mensageira
Minha intima e tola amante
Somos dois escudeiros da sorte
Unidos sem a rima certa.
Um poeta depravado e feio
Uma poesia faceira e notívaga
Dois belos parceiros da morte
Do crepúsculo que os esconde.