Via-Graficis
Mulheres grávidas do nada
Ensaiam um coro de lamentos
Nada perfura seus úteros cheios
Nada corta seus pescoços roxos
Seus úteros podres geram canetas
Cheias da mais pálida dor e de submissão
Escrevem o sistema e meus futuros passos
Estou negando toda sua tinta de superioridade
Uma caneta está prestes a me ofender
Ensaia uma derrota para meu comportamento
Nada consegue acabar com suas tintas
Nada detém o poderio destas pontas
Suas mães lavam seus templos
Cheias de feridas nos seios secos
Não conseguem apagar o caráter legítimo
Estou sendo devorado por suas letras tortas
Uma caneta me fere as costas
Ensaio uma perseguição fatal inutilmente
Nada consegue bloquear a sua estrada
Nada obstrui seus corações papelões
Suas inteligências são artificiais e imaginárias
Cheias de contrariedade e conversão
Fazem-me vomitar na terça-feira
Fazem-me jejuar quando tenho fome
As canetas não têm mais nenhum papel
Preencheram todos que poderiam escrever
Agora está na hora de secar suas tintas
Agora está na hora de desmascarar a realidade
Canetas crucificadas em suas próprias frases
Amordaçadas pelo elas poderiam apagar
Agora eu consolo suas mães que choram
Agora eu descubro que uma parte de mim também morreu