Moinhos do Tempo
Uma folha em branco,
desnuda de qualquer sinal gráfico.
Várias folhas virgens
e o vento do tempo a atiçar as fraternas folhas.
Acusando a sua existência
um velho moinho com cara de helicóptero.
As páginas dos dias da existência
escrevendo diariamente a história de cada um.
E deixando o pensamento criar asas,
vendo os dias correndo à mercê dos ventos.
Esperança de liberdade para os que entendem o tempo,
desespero aos que não o compreendem.
Trazendo-lhes o terror da chegada das primeiras rugas do corpo
que há de cair ante a velhice.
Fazendo-os ver o destino como um terrível carrasco
com o seu poderoso chicote inevitável.
Descobrindo com amargura o quão efêmero
é o suposto controle que exercem sobre a vida.
Pondo à prova a própria arrogância,
tão ínfima ante a força da morte.
Tudo dizimado a nada.
Então ironia, um certo riso piedoso,
para depois render-se à toda acidez do sarcasmo.
E então rir penalizado de si,
rir-se vingativamente dos outros,
para depois chorar copiosamente.
Vendo pelas frestas do pensamento
sermos vítimas e algozes fraternais uns dos outros.
Meros viajantes, intempestivos aventureiros
a vagar pelas trilhas desenhadas pelo destino.
Cheios de orgulho e vaidade,
enceguecidos pela auto-estima superlativa;
crianças travessas.
Grandes em curiosidade,
perdidos por entre as imensas dúvidas
pelas páginas ainda vazias.
Propensos ao comodismo das verdades impostas,
fugitivos das dores, amantes dos prazeres.
No ponto limite entre a razão e a ignorância,
na fronteira entre a civilização e a brutalidade.
E o vento acusando a sua chegada,
o movimento assustador
daquele maldito moinho do tempo
com suas engrenagens girando sem piedade,
seguindo a mecanicidade da lei estabelecida.
Sendo assim tão implacável
como condicionado aos ventos,
e talvez nisto tendo algo de bendito.
Um porto seguro em meio à grande tempestade.
Um ponto de referência em meio ao caos.
Uma inflexível imagem que não se sabe bem
se é uma promessa de dádiva ou sentença
mas, ainda assim, sendo algo constante
em meio ao confronto de muitas forças desordenadas.
Uma sutil fonte de água pura
em meio à intensa aridez de um imenso deserto
Uma folha em branco,
desnuda de qualquer sinal gráfico.
Várias folhas virgens
e o vento do tempo a atiçar as fraternas folhas.
Acusando a sua existência
um velho moinho com cara de helicóptero.
As páginas dos dias da existência
escrevendo diariamente a história de cada um.
E deixando o pensamento criar asas,
vendo os dias correndo à mercê dos ventos.
Esperança de liberdade para os que entendem o tempo,
desespero aos que não o compreendem.
Trazendo-lhes o terror da chegada das primeiras rugas do corpo
que há de cair ante a velhice.
Fazendo-os ver o destino como um terrível carrasco
com o seu poderoso chicote inevitável.
Descobrindo com amargura o quão efêmero
é o suposto controle que exercem sobre a vida.
Pondo à prova a própria arrogância,
tão ínfima ante a força da morte.
Tudo dizimado a nada.
Então ironia, um certo riso piedoso,
para depois render-se à toda acidez do sarcasmo.
E então rir penalizado de si,
rir-se vingativamente dos outros,
para depois chorar copiosamente.
Vendo pelas frestas do pensamento
sermos vítimas e algozes fraternais uns dos outros.
Meros viajantes, intempestivos aventureiros
a vagar pelas trilhas desenhadas pelo destino.
Cheios de orgulho e vaidade,
enceguecidos pela auto-estima superlativa;
crianças travessas.
Grandes em curiosidade,
perdidos por entre as imensas dúvidas
pelas páginas ainda vazias.
Propensos ao comodismo das verdades impostas,
fugitivos das dores, amantes dos prazeres.
No ponto limite entre a razão e a ignorância,
na fronteira entre a civilização e a brutalidade.
E o vento acusando a sua chegada,
o movimento assustador
daquele maldito moinho do tempo
com suas engrenagens girando sem piedade,
seguindo a mecanicidade da lei estabelecida.
Sendo assim tão implacável
como condicionado aos ventos,
e talvez nisto tendo algo de bendito.
Um porto seguro em meio à grande tempestade.
Um ponto de referência em meio ao caos.
Uma inflexível imagem que não se sabe bem
se é uma promessa de dádiva ou sentença
mas, ainda assim, sendo algo constante
em meio ao confronto de muitas forças desordenadas.
Uma sutil fonte de água pura
em meio à intensa aridez de um imenso deserto