Diga
Santa mão escreve tudo
e tudo diz de mim.
Perdoar-te-ei inda que ferido
se disseres das dores e dos risos
ou de tudo o que eu sou ou do que fui.
Santa mão escreve pouco
e se nada disseres, não não estarei louco,
arrependido e após tudo saber de ti.
Mas se as duas estrofes aqui já tecidas
neste poema segredado,
inda não lido, inda sem vida,
quiserem que tu não te cales,
fala, diz, descobre,
porque se poeta eu sou e estou,
sou a melhor vida nos meus melhores nortes
nos rumos dessas estrofes
na alma de qualquer verso.