Do poema e do leitor
Este poema fiz do fim ao meio
deixando estrofes soltas e mares de permeio
para que ensopado dele eu sinta sede.
Desabrigo o andar manso e louco sigo
fazendo dos inversos um descastigo
e amando antes de apaixonar-me.
Sei que verto desejos e escondo ânsias
e se adulto, volto a ser criança.
Por que chorar? Por que sorrir?
Findo-o nesta estrofe primeira
esculhambando a forma nesta outra forma
onde o desigual sorrindo me provoca
e tu, ó leitor, igual a ti já o acolhes.