Purificando
Inferno abriu-se, lá estavam todos.
Tentando escapar a corja santificada
Com seus adereços dourados gravatas e paletós
O fogo ardia o diabo ria das alegorias.
Na tribuna do desespero discursos políticos
O inferno explodia de alegria
A fala agora mansa dos ricos, clemência!
Na ala de frente juizes, papa, pastores, reis presidentes...
Labaredas lambiam suas caras dementes
Um cordão de puxa saco viam logo atrás
Mesmo no inferno, fogo saindo pelos dentes, gritavam:
- Salve nossos senhores, não deixe que morram!
Almas sebosas penando, carne podre queimando.
Logo tudo derreteu virou cinza
Mais um carnaval se passa o inferno de ressaca.
Jamaveira