Colóquio sentimental dualista
- Você lembra da narrativa sentimental discorrida acerca do nosso romance?
- Lembro, mas prefiro que narre em primeiro sob a ótica da imensidão.
- Em mim chovia, era inverno, quarta-feira de uma semana qualquer de todos os anos que vivi eu esperava por você e você por mim e até então nada fazia sentido.
Compunha ainda versos decassílabos, rimas métricas, haicais japoneses e vez por outra parnasos. Convivia com os beijos perdidos, as palavras em aliteração, “cama, ana, ama, se engana”, processo de convivência pacífica com os demais, tinha tudo menos ainda essa percepção... E reinventava cognições todos os dias.
- Pois sim, me faz presente na memória essa retórica, sinto saudade porque talvez agora fosse tarde...