HOMEM SÓ

Aquele homem, aquele homem só

que calcorreava pelos sopés perdido,

era um pobre de Cristo, pobre de Job,

na míngua enterrado sem ter vivido.

Era um triste pelo mundo errando

que buscava, nem ele sabia o quê,

à deriva no nada, sempre desvendando

a rota que percorremos e não se antevê.

Desfasado do tempo que desconhecia

ao viver num espaço que o limitava,

quanta noite que nem sempre dormia

olhava o universo que o fascinava.

Ao vasculhar o astro sempre às escuras,

até ao limite onde alcançava seu olhar,

viajava pelo infinito das suas conjecturas

e continuava vazio sem resposta encontrar.

Seduzido pelo sonho que à vida o prendia,

procurava na essência o sentido do viver,

e vencido por super força que desconhecia

confundia o pensamento e o seu querer.

José Rafael
Enviado por José Rafael em 17/03/2009
Código do texto: T1491218
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