Psicodelia

Eu caminhava em verdes campos...

Acompanhando a ilimitada linha

Que limitava o horizonte...

Nada havia...Só vida debaixo dos tampos,

E a linha comigo caminha,

Mas não havia sol para errugar-me a fronte...

Encontrei a única árvore frondosa

Gigantesca de verde intenso

E o tronco não cabia no abraço...

Talvez árvore milagrosa,

Pois seu fruto: pimentão imenso

Verde, amarelo e nenhum bagaço.

Foi quando eu avistei enfileirados

Todos os tipos de seres do mar

Baleia Azul, depois Cachalotes...

Em Pandankas terminados...

Estavam entre nuvens a nadar:

Era como assistir de camarote!

Por dois homens fui interrompida:

Eram completamente brancos e mudos...

Não tinham face, nem contorno, nem linha...

Pela surpresa fui acometida:

Os dois eram maliáveis... Afilados...

Em pé... Mal se mantinha!

Eram homens de papel,

Que lutava a socos entre si

Ao lado da árvore de pimentão

Debaixo dos peixes nadando no céu

Foi num sonho que vi

Não causou nenhuma reação...

Já faz muito tempo:

Não preciso mais das drogas...

Há tantas a minha volta...

Minha alma jaz num templo,

Coração e mente... Sinagogas...

Nasci para a revolta...

Minha realidade é psicodelia,

Meus sonhos: alucinações...

As verdades: ilusão de ótica!

Aprecio a claustrofobia,

Gosto de sentir palpitações:

Não sou experiência robótica!

Não preciso mais de drogas...

Já faz um tempo...

Que meu próprio corpo as fabrica...

São Paulo, 17 de Março de 2009.

Obs: Compreenda se for capaz... Interprete como sua própria ignorância é capaz de compreender...

Shimada Coelho A Alma Nua
Enviado por Shimada Coelho A Alma Nua em 17/03/2009
Reeditado em 19/03/2009
Código do texto: T1490511
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