QUIMERAS INSANAS.

QUIMERAS INSANAS.

Marcelo ShytaraLira

Sampa 04/03/2009

Nasci para ser imatéria

Nos corações humanos abstrato

D’uma só silaba maior que a dor

Como o sol descobre as sombras

Os ventos as desfazem deixando novamente

Transparentes as marrons terras d’ o meu caminhar...

Assim sigo em minha loucura sem precedentes

Nada de prece e em descanso os dentes

Para não me degustar antes do tempo

Pois o sabor de meu conjunto é fel:

Idéias ininteligíveis d’um mundo mal concebido

Corpo disforme produzido pelo famigerado próprio meio

Ah! Adoráveis minhas lentes

Meus amores masculino femininos

chicotearam-me até a exaustão:

Os abstratos foram os que mais machucaram

Continuaram me flagelando mesmo depois

Guerra perdida na tentativa de materializá-los

Os reais em almas e corpos de mulheres

tornaram-se feridas incicatrizáveis em meu

Asceta Herege e Humilde Coração Poeta

Que vive a obsecrar a quem possa purgá-lo:

Perdoai todos meus atos virados fatos

Alguns pelo medo ao me sentir inferior

Outros... Meras quimeras insanas

Trazer de meu âmago e ser Deus

Para reformular o consciente coletivo

Ah! Adoráveis minhas lentes

Hoje não mais consigo ver essa gente

Se oculta no destino escrito nas linhas tortas

Estou febril e o suor vela meu corpo

Minh’alma enquanto desmaterializo delira a promessa feita

“A de amar mesmo sequioso esse povo por morte”