Vício
Meus olhos não vêem
Meu corpo não sente
Os ouvidos, surdos.
A boca muda!
O coração acelerado
Pulsando alucinado
Implora um pouco mais
Uma dose a mais
Perdido em meio às brumas
Esperando o teu olhar
Senti, naquele instante
Que fosse acordar
Mas como num sonho
Ou pesadelo, talvez
A bruma tornou-se densa
E a realidade se desfez
Quando você chegou
Eu não era assim
Sem identidade, sem verdade
Sem existir
Você me intoxicou,
Se infiltrou em mim
Mudou a minha vida
E me fez feliz
Mas como num pesadelo
Onde não há como escapar
Anulou a minha vida
E agora só sei te amar
Em raros momentos
Consigo entender
Que o que faço não é certo
Mas não consigo me conter
Aqui, perdido em brumas
Analisando o meu viver, entendo
Que foi a loucura do momento
Que não me deixou ver
O perigo que seria viciar-me em você
Agora me pergunto
Como viver sem essa “droga”
Que me eleva ao paraíso
E ao mesmo tempo me devora