da boca se fez ninho
Da boca se fez ninho.
Uma língua querendo voar.
O céu do palatino, as maças da face.
O abismo na garganta, o sopro nas asas, lagrima do mar.
O mergulho no infinito da voz.
O radar da saliva, o nevoeiro, o choro baixo num canto do chuveiro.
A língua esguia planando livre das garras da garganta.
Já era tarde pra onde voltar?