QUANDO CHORA A NATUREZA.
Com um quê de mistério, a natureza nos fala furiosa.
E a sua noite majestosa, nos mostra que ela chora também.
Que dos seus olhos lampejam lágrimas, em gotas grossas de chuva,
E um som cavernoso rouqueja, como um grito de mágoa, dos céus vem.
Troveja; como um tambor, e se alastra nos ares carregados e negros,
E o vento agora abala o mar, e devassa as nuvens sem pena, sem dó.
E ascendendo na amplidão do céu, um raio cintilante, celestial, perfeito,
Vem ao seio da terra rasgar, e desaba um magnífico temporal, como ele só.
Cresce a chuva, chora a madrugada, os rios se derramam pelos caminhos,
Ainda fulge e brilha a luz de um novo raio a romper o espaço,
E o mar caudaloso, seu leito em ondas bravias se faz enchente e acolhedor,
E vai resgatando tudo que vai boiando, com seus grandes braços.
Mansamente e solidário, o dia amanhece triste e opaco também.
Com seu tênue véu, querendo esconder o sol, que teima em brilhar, luzir,
Lá no horizonte um arco, onde sucede as cores, aliança de DEUS com os homens,
Transparece, sublima o firmamento, e nos mostra que a natureza chora, mas que também começa a sorrir.
CARNAVAL. BARROQUINHA. 21/02/2009.
DOCE VAL.