Mansarda

Paredes caídas, sem viço

Sem pintura ou detalhes

Dentro de um terreno tão vazio

Como a estrada do final

Abandonada e desnuda

De mobília ou varal

Sem roupas pra estender

Sem entrada, sem quintal

Labirinto tão pequeno

Mas tão grande solidão

A macega toma conta

Pela janela e porta aberta

Aguardando o coveiro

Ou talvez um jardineiro

Ou quem sabe um poeta

Que com letras pintaria

Essas paredes tão velhas

Pra fazer ali sua morada.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 18/02/2009
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