Mansarda
Paredes caídas, sem viço
Sem pintura ou detalhes
Dentro de um terreno tão vazio
Como a estrada do final
Abandonada e desnuda
De mobília ou varal
Sem roupas pra estender
Sem entrada, sem quintal
Labirinto tão pequeno
Mas tão grande solidão
A macega toma conta
Pela janela e porta aberta
Aguardando o coveiro
Ou talvez um jardineiro
Ou quem sabe um poeta
Que com letras pintaria
Essas paredes tão velhas
Pra fazer ali sua morada.