A ESTRELA E A POESIA
Foi lá, no belo céu daquele Norte,
Que uma estrela quis fazer morada.
Junto à poesia que a fez aprisionada,
Tecendo em versos a mais linda sorte!
Feito magia que do peito escorre,
Fluindo em ondas encantamentos,
Transpondo os ares em doces lamentos,
Ao som divino de um perfeito acorde!
Então a estrela que a estremecer se agita
Guarda no peito uma condenação.
Pressente os riscos da atração bendita,
Que se alteia em vagos voos de ilusão.
E a brisa passa, sussurrando alívio,
Enquanto tudo só anuncia dores.
Empresta vívidas e mais lindas cores,
Ornando o mágico e perfeito idílio!
Da dimensão que a tudo isto assiste,
A pobre estrela se prendeu cativa.
Tornou-se escrava desta sina triste
E na POESIA seu AMAR persiste.