UM CORPO SOBRE O TEXTO
Nas palavras estruturais da fantasia melancólica
leva cada traço a presunção ainda que secretamente
à negatividade de uma metafísica
que suspeita aos poucos modelos descritivos
insatisfaz
(pelo suspiro)
com as limitações da linguagem
e do sonho distante do argumento
construído à imagem que feri qualquer fé na natureza humana
revelando um corpo perfeito
em língua estranha fascinando pelo maravilhoso
[enquanto maravilhoso]
supera de um além da vigilância
o abaixo, à decisão, à própria fuga
na imagem imersa que procura ruptura
as manipulações do interpretador do desejo
[estratégicas de suas leituras e suas ações]
para tanto permanecer o corpo obscuro
possuindo seu sentindo e emoção
em cada aparição na realidade.