AONDE RESIDE MINHA ALMA?

(Sócrates Di Lima)

O corpo e a alma é uma dicotomia,

Quando em vida são dois, um ao outro conduz,

Quando em morte, separam-se por autonomia,

Um vira pó e o outro vira luz.

A alma é a luz que não vemos, mas cresce,

O corpo é a matéria que apalpamos envelhece.,

O corpo não vale nada, fenece,

A alma é nobre, jamais apodrece.

Mas não é toda alma que ganha vida Após a morte,

Somente um alma boa, caridosa, humana por natureza.,

É iluminada e ilumina, não depende de sorte,

Mas daquilo que faz e se absorve o invólucro da beleza.

Aonde reside a alma de quem ama?

Quando o amor a sufoca e quase apaga sua luz!

Aonde reside a alma do poeta que se entrega á chama,

De um amor arrebatador que a solidão o seduz?

Ah! Esta alma que sobrevive pela força do amor,

Que não quer se comparar ao corpo que peca.,

E que sofre levando a mente e o coração á dor,

Uma alma que divaga que por amar seca.

Aonde reside minha alma que não a vejo refletir,

Na imagem do espelho dos olhos dela.,

Que brilha, ofusca, limita não se dá a permitir,

Por insegurança, medo e cautela.

E a alma do amor cavalga estrelas,

Navega mares sem freios.,

Corre a terra sem que se possa percebê-las,

Como um puro sangue solto, sem arreios.

Aonde reside essa alma, perdida no meu interior,

Como um mundo que cabe num corpo frio.,

Essa alma que eu busco para em mim com ardor,

Permanecer residente no amor e luz de um âmago vazio.

(Em 06/02/2009 – 17h53 – Registrada)

Apenas um poema

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 06/02/2009
Reeditado em 15/11/2010
Código do texto: T1425512
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