PASSAGEIRA

Na quietude da noite

que morosa, se esvai,

pareço tal passageira

que perdeu o seu último vôo...

No aeroporto

das minhas ilusões,

de caneta na mão,

como se fosse

o bilhete da passagem,

que me levaria, certamente,

ao encontro

dos meus anseios em ti,

escrevo-te.

Ao meu lado, o rádio

toca nossa canção.

que me lembra o teu jeito,

o teu sorrir.

E nossas recordações,

carrego-as na imensa bagagem

do meu coração...

O tempo passa

e o avião não chega.

E me impaciento

com o tempo,

e com a aeronave

que não pousa

para me levar consigo...

Talvez, meu aeroporto,

seja apenas

para pousos emergenciais,

ou quem sabe,

a lista completa

com passageiros demais...

E, assim, nunca sei

quando haverei de estar

nos teus vôos, nos teus pousos

ou nos teus descansos...

(Data: 30/06/97)

Iraí Verdan

Magé, 01 de Fevereiro de 2009.

Iraí Verdan
Enviado por Iraí Verdan em 02/02/2009
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