Cartas ao luar
terceira carta
querido lu ar
envolto em lágrimas
navegarão nesse canal aquático
os sentidos do beijo.
Principio arquitetural da saudade
em transferências silenciosas,
livres associações constantes
armas formidáveis contra o tédio
mas caro lu ar
através do velho paradigma
sem escapatória
uma grande muralha abriu na minha face
imperial neutro
na conjuntura do silêncio
ansiedade compulsão
das múltiplas palavras
que muita coisa dizem e nada falam
pra que compreenda
as lembranças dos valores
ocultados em nevoas e lodos
lótus em expressões de luta.
E antes que nasça
um novo anoitecer
as curiosidades escravas do diálogo
forjo o reino de baixa resistência
ao nevoeiro das manhãs frias
sob os raios de sol
que te cabem arredios
no distanciamento necessário
a minha analise vulgar.
Triunfo da imaginação
que admirarão as coisas erradas
deixo-te um beijo nos atos de coragem
que virão, pois ainda nos faltam
as telas, os pinceis, as doenças do mimo,
as tintas que riscam o horizonte
e sorrir de aquarelas
na cor da herança sal do tempo,
repleto de lagrimas
que impedem ver as estrelas
com saudades
dou adeus.