Castelos

Os construo na areia
Onde a água passeia
Desabam na maré cheia
Em busca d'alguma sereia.

Os enfeito com alegrias
Desmoronam suas agonias
Travestidos em alegorias
Em raras madrugadas frias.

Secam debaixo do sol quente
Voam com a maresia do poente
Deslizam pelo chão em serpente
Em fuga da estação ardente.

Corpos e mentes possuídos
Amores eternos construídos
Castelos na areia erguidos
Pela água e vento destruídos.