RUMINADO PALAVRAS
Quando te cortei
engoli quatro letras
um a um m uma estranha bola
com um pingo é um sinal
que tomei como signo
sem sinal de erro aparente
cada sigilo eloqüente
digeri junto com atum,
uma salada, vinho, uma estrela
deliciosa, de raios doces.
Encontrei um fiapo de maça
que em nós ainda sobrevive
estática ao gosto.
No tempero do pensar arrimado,
a palavra sem trabalho
do forno, ao fogo
de cordas de aços, que provem
os canhões de grosso calibre,
não é abuso firmar-se
sem trabalho e a ninguém prejudicar.
Devolva o que veio pra ti.
Pois, no estomago, a acidez
das temperaturas, pimenta
salsinha, cumim de uma realidade
não-palpável diluída
no sal da água na caixa dos símbolos.
O a se tornou inimigo
e entrou em guerra grafética
do tamanho do m que fez o mundo.
Durável apenas a bola
que roda fluida com os germes
e as larvas. O sinal sem erro
um acerto quando pensou
com sentimento seria condimento.
Vemos o que queremos? Clichê do esôfago.
Tu que já sabia o colorido
e gosto da salada
simbiose da musica e concerto,
aplicou ao gosto do paladar,
o continuo, o fluxo matematizado,
o tempo do relógio,
do tempo amoroso,
do tempo do banheiro.