RUMINADO PALAVRAS

Quando te cortei

engoli quatro letras

um a um m uma estranha bola

com um pingo é um sinal

que tomei como signo

sem sinal de erro aparente

cada sigilo eloqüente

digeri junto com atum,

uma salada, vinho, uma estrela

deliciosa, de raios doces.

Encontrei um fiapo de maça

que em nós ainda sobrevive

estática ao gosto.

No tempero do pensar arrimado,

a palavra sem trabalho

do forno, ao fogo

de cordas de aços, que provem

os canhões de grosso calibre,

não é abuso firmar-se

sem trabalho e a ninguém prejudicar.

Devolva o que veio pra ti.

Pois, no estomago, a acidez

das temperaturas, pimenta

salsinha, cumim de uma realidade

não-palpável diluída

no sal da água na caixa dos símbolos.

O a se tornou inimigo

e entrou em guerra grafética

do tamanho do m que fez o mundo.

Durável apenas a bola

que roda fluida com os germes

e as larvas. O sinal sem erro

um acerto quando pensou

com sentimento seria condimento.

Vemos o que queremos? Clichê do esôfago.

Tu que já sabia o colorido

e gosto da salada

simbiose da musica e concerto,

aplicou ao gosto do paladar,

o continuo, o fluxo matematizado,

o tempo do relógio,

do tempo amoroso,

do tempo do banheiro.

SB Sousa
Enviado por SB Sousa em 24/01/2009
Código do texto: T1401458
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