CONHECER PARALELO

O estético, elemento consistente do olhar,

arrasta na memória a crença das formas

que imprimi a marca do acaso, íntegro

função que veio do sopro o conteúdo

inconsciente, corto a alma em carne

e ossos foge da lâmina a casca dos sentidos

e os quatros elementos

refaz as vísceras orbitais e constelar

de hábito dolorosamente gelo

desgastando a alma na realidade a cada manifestação

encontro silêncio e olhares

e sinto o lado obscuro do humano em sonho

mastigando o belo

um fiapo de maça na

quase encenação teatral do abstrato

quase sonho perverso

quase fragmento do mundo interior e consolo

tudo torna-se fato irreal na desigualdade dos verbos

a si mesmo negar e ser existente

a si longe nossa existência

longe de mim cartase e absurdo

envolvo em símbolo latente e

quase indecifrável

em um só golpe a solidão

explode o que a memória conserva

solidão ligado aos velhos erros do passado que retorna

quase sonho apanhada malha ferida

feita pele e tontura, quase destino

quase loucura e arte

quase febre não atinge consciência o comentário

palavras tartamudas soaram vazias

prisão e tontura torta pelo contexto mítico

da manifestação de cabeças filosóficas diárias

na parede da sala para não esquecer escrevo o que fazer

em papel branco ou colorido uma listinha

esquecida e manifestada ao ler uma cartase

volta e meia volta tumultua a poeira da angustia

emoldura imagem plástica

de cunho teatral de curiosidade pública =

da utilidade nula

emoldura a raiz humana em seus estados doentios

do conhecimento só animalesco se faz puro

por entre fábulas treme o mundo

mentais estados conhecidos animalesco

se faz ouro ou prata

a percepção não meticulosamente do sopro divino

manifestado de esquemática transposição vai além

da loucura, do assombro, da angustia, do choro, do grito.

SB Sousa
Enviado por SB Sousa em 23/01/2009
Reeditado em 23/01/2009
Código do texto: T1399618
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