Cartas ao lu ar
Segunda carta
Querido lu ar
Ontem verifiquei
a caixa de –email e Sobrenatural
uma resposta Oracular
me deixou em dúvida
Como saber mais
sobre o nada conhecido?
Fizeram-se exércitos e batalhas subumanas
quando a propaganda é passatempo?
Acreditou nas palavras, lamento
do inimigo alegre, mas essa escolha
estava prevista e como adivinho das coisas ruins
que aconteceram, previ o choro jamais o riso
pois dinheiro poeta infeliz não faz parte do meu enredo
nas asas do meio-dia plantei meu jardim
e desci a serra e flaneando os efeitos psicológicos
que assusta homens e cavalos
o que sobe um dia desce
querido lu ar
nada mais longe da verdade sobe a serra
férrea de tua aldeia
longe de casa lancei papeis no ar
balançando o lenço
este efeito é desatino, concordo
mais inútil seria jogar um sopor quente nas cascas de ovos
e assim verei o quanto alcança vôo
talvez se tornasse balões libélulas
rotoras de madeiras nos animais voadores
plantas aéreas tesouros em segredos
mas caro lu ar o
mundo gira em teus ombros os pesos das estrelas
sobretudo os ares dos pulmões
rodopiando na cabeça ausente de epicentro terrestre
depois de bem polido o espelho do coração
brotam nonadas de idéias
invadindo as cavernas
penetram no bronze solido os minérios de ferro
que corrompes as correntes
fazendo girar
sobre tua cabeça
os habitantes das constelações fixas
mas acontece querido lu ar
que sempre dei credito as honestidades
das coisas supostamente erradas
quando lia uma orientação do universo.
E sei caro lu ar
que meu mundo fora tomado na marra
pelas manias frescas do cérebro doentio
digerido pela estatua tomada de fúria
saudaram-te a tua morte
o poeta
para a medição das unidades do tempo
e para meu abalo maior
veio quando tentei velejar de costas pros mares,
para os mistérios um carro de vento
miniaturas de telas e poemas
velejam na pele praças e assobios
na alternância de dias claros e escuros
desenrolo as velas e acendo-as ao me sentir perdido
procurando um rio
que mal há pra navegar
as aventuras dos marinheiros terrestres?
Envolto em lagrimas
buscaremos esse canal aquático dos olhos
e a vida só não é mais ruim por falta de tempo
caro lu ar
ocultando a nevoa do passado
transferidos foram os sentimentos
e hoje sorrir falsamente os sorrisos da injustiça
então em expressões de latas
serei sempre contra as truculências do alvorecer
anárquico sou sem mandamentos
aos gritos dos empurrões
ao sorriso sorrio
as maldades assobio
provoco qualquer ilusão
de lealdade que de ti, esperei burramente
império de baixa resistência
querido lu ar
pois o coração dentro duma muralha chinesa
nevoas de dias frios
as doenças dos mimos e nessas bajulações
que se alegra fique com elas
quero apenas meu jardim repleto de flores fúnebres
que a pouco plantei apenas com meu silencio
lamento mas não sinto tua falta
nem lhe desejo amores
com saudades.