QUANDO A ALMA....?


Por fim, o olhar tão claro
sobre tudo que não vale a pena.
Quem me dará aquele momento raro
"quando a alma não será pequena?"
Eu me desdobrei em noite e dia
e vi promessas não serem cumpridas.
Uma a uma fechei as portas
todas pela saudade carcomidas.
Enfrentei até meu rosto disforme
para continuar dando sentido
à minha vida.

Não... não...o poema era pensante
era vivo, falante, caminhante...
perdeu-se então o condão mágico?
Virou antropofágico o próprio amor?
Incolor o arco-íris de papel
desenhado num borrão de céu
virou brinquedo de horror.

Quero ir-me embora destas vias dolorosas,
esquecer que em ti morreram todas as rosas
e os espinhos mascararam sarças ardentes

Aquelas que queimam no coração
para sempre... para sempre...




(Direitos autorais reservados. Lei 9.610 de 19.02.98)
Foto: Carlos Azevedo Matos (www.olhares.com)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 23/01/2009
Reeditado em 10/02/2009
Código do texto: T1399506
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