Filhos do Nada

Manto encardido de sangue

Enxuga o rosto enrugado pelo tempo

Ossos cadavéricos saltam à dor

Olhos clamam sem encontrar direção

No chão em brasas agoniza o amor

Em volta expressões vazias

Ali jaz o filho do mundo sem rumo

Do ventre de Maria parido

Na labuta sem trégua abandonada

Sugou pras bandas do nada

Seu feto pródigo marginalizado

Agora ali esticado a mercê das moscas

No murmúrio do disse me disse

O silencioso choro da mãe agonizante

Punhal que dilacera a razão

Todos na contramão

Frutos podres criando gerações.

Jamaveira

Jamaveira
Enviado por Jamaveira em 22/01/2009
Código do texto: T1398110
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