INCOERÊNCIAS
Sombras da noite que me afastam
Sol da ilusão que me ilumina.
Luzes da vida que me bastam
E a solidão – que é minha sina!
Sangue que me escorre das veias
Cruéis e fundas cicatrizes.
Ao meio sol e à lua cheia
Solto meu grito em matizes!
Amparo-me no firmamento
De onde surge a esperança.
Posto que o meu abatimento
É fundo da destemperança!
Como animal em camuflagem
Que se esconde da morte certa.
Carrego em mim a tatuagem
Como ferida entreaberta!
Louca eu sou – louca serei
Se me aprouver à penitência.
E que remédio - um dia hei
De por um fim à incoerência!