A palmeira e as roseiras
Ei! Velha palmeira!
Que necessidade é esta que tens de adotar essas roseiras?
Que ansiedade é esta de contar cada experiência
Cicatrizada nas marcas no caule de tuas vivências?
Porque o esforço elástico de te curvares nesta missão tão ingrata
para te aproximares destas reles passageiras?
Por mais que até tentassem ouvir-te jamais o conseguiriam
Exceto a esparsas migalhas que logo descartariam
Relegando à elegante solidão o teu destino nas alturas
Apenas usufruindo do que tu tens de ternura
Sem sequer compreender a dimensão de tua postura
Se de longe são tão iguais, de perto decepcionam
Despetalam-se com o vento que a ti apenas ovaciona
Morrem logo e em seus lugares aparecem outras iguais
E ao teu rápido desviar de olhar, nem as reconheceria mais
Incorpora esse destino que a natureza te deu
De observar tão amplo esses nanicos vizinhos teus
Recompõe aquele charme que te é tão peculiar
E esquece as chamas da carne que em comum com elas há