Restos

Vivendo sem uma gota de amor...

...e bebendo, gotas e mais gotas, de um líquido adocicado.

Quem poderá entender esse mundo, querendo explicá-lo?

Enquanto não me amas...

...nunca me amarás, quem ou o quê?

Enquanto isso, a cereja devastada,

na boca induzida...

...consumindo-me, enquanto consumo o sumo amargo

da verdade adocicada, lambuzada e camuflada

na cereja...

Uma sereia artinhosa:

vida essa.

Uma cerveja gelada,

amarga, mas saborosa para esquecer...

...quem ou o quê fez o mundo.

Por que o fez assim?

Perpétuo desencontro de vontades.

Eterna devasidão de maldades.

Enquanto isso, a cereja...

...ela...

...desabrochando por minha boca,

consumindo a verdade mentirosa de um mundo estúpido,

e também esculpido, vivenciado e trocado por qualquer...

...qualquer que seja, o que for, será,

e daí?

Dane-se o resto.

Sou um resto

e me delicio com esse resto de cereja,

em minha boca suja...

...mundo sujo.

Chirlei Maria
Enviado por Chirlei Maria em 04/01/2009
Código do texto: T1366163
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.