Aposta com o Diabo
Sopram ventos nesta meia noite,
quando bate o relógio de pau.
Eis que surge um pequeno diabo
no meu quarto a tocar marimbau.
Dança e gira a pequena figura,
faz injúria às lascivas paredes,
bate o pé, nos meus móveis batuca,
com o rabo me arranha o corpete.
Se pergunto ao pequeno vermelho
quem será esta sombra perdida?
Com malícia faz pose no espelho,
me convida a pensar minha vida
Ó noites mal dormidas!
amores mal resolvidos,
amizades mal discutidas,
me cochicha o diabo aos ouvidos.
E pertinho me sussurra a malícia:
- Esqueça a vida sugiro uma aposta,
ser capaz de gozar das delícias
de um jeitinho que o diabo gosta.