Aposta com o Diabo

Sopram ventos nesta meia noite,

quando bate o relógio de pau.

Eis que surge um pequeno diabo

no meu quarto a tocar marimbau.

Dança e gira a pequena figura,

faz injúria às lascivas paredes,

bate o pé, nos meus móveis batuca,

com o rabo me arranha o corpete.

Se pergunto ao pequeno vermelho

quem será esta sombra perdida?

Com malícia faz pose no espelho,

me convida a pensar minha vida

Ó noites mal dormidas!

amores mal resolvidos,

amizades mal discutidas,

me cochicha o diabo aos ouvidos.

E pertinho me sussurra a malícia:

- Esqueça a vida sugiro uma aposta,

ser capaz de gozar das delícias

de um jeitinho que o diabo gosta.

Silvana Bronze
Enviado por Silvana Bronze em 23/12/2008
Reeditado em 24/12/2008
Código do texto: T1349227