Misterium
há rumores enevoados
que nos tocam
no ar
embriaguez de um fenômeno
ao longe
em suspensão
há o desconhecido sem rosto
a nos rondar
aflito
num vago sentido de anunciação
há um gosto que se quer
desvelado
aos poucos
no momento de conjunção
nocturna
quando pássaros
em frenesi
à tua janela
em lobos vorazes
se fazem
metamorfose anunciada
pelo vulto do tempo
espiral em névoas
quietantes