Misterium

há rumores enevoados

que nos tocam

no ar

embriaguez de um fenômeno

ao longe

em suspensão

há o desconhecido sem rosto

a nos rondar

aflito

num vago sentido de anunciação

há um gosto que se quer

desvelado

aos poucos

no momento de conjunção

nocturna

quando pássaros

em frenesi

à tua janela

em lobos vorazes

se fazem

metamorfose anunciada

pelo vulto do tempo

espiral em névoas

quietantes

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 19/12/2008
Reeditado em 20/04/2009
Código do texto: T1343837
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