"Não pare de chover, chuva!"
Na beirada da janela, debruçada,
Sinto a vida.
É como se, por um breve momento,
Eu parasse e a assistisse passar...
A chuva caindo lava-me a alma...
Compara-se às minhas lágrimas que
Tão suavemente caem... caem...
E alcançam o chão,
Se misturando com os pingos da chuva.
(E tudo vai se acalmando...)
Vejo minha vida refletida na água.
Sinto na brisa leve que me toca
Conforto. Consolo... alívio...
E a chuva avança; chega a lembrar
Um rio, onde tudo se renova!
E vem renovando esperanças,
Vem aquietando o coração...
Pobre coração!
Tantos enxovalhos já sofreu, que agora,
Mesmo explodindo de felicidade,
Ainda, por vezes, se sente só...
E hoje a noite, meu coração só tem um pedido:
"Não pare de chover, chuva!"