A ELEGÂNCIA DO POEMA

Ao amigo Dalton, que suscitou-me o poema.

Tece a própria camisa

À mãos discretas

De manusearem o tempo.

Às linhas a ir e vir...

Uma minuciosa agulha

Põe-no a cerzir palavras

Agoras em mangas

Que braços de mar

Vestem-lhe

E suas mãos

(de escrever paisagens)

À camisa

Ao peito aberto.

Ele precisa compor-se!

Discreto...

Põe-se a fechá-la

Botões de rosa às casas.

E aos leves puxões

Ajeita-se todo à roupa

À gola alinhada

Muito bem passada

Põe-se todo em belas palavras

E apresenta-se em poema.

O poeta está impecável.

DA MONTANHA
Enviado por DA MONTANHA em 25/11/2008
Reeditado em 25/11/2008
Código do texto: T1301958