ABSTER-SE

A saudade no peito entorta/

A dor no direito que temos de nos vencer/

A porta aberta dos sonhos/

Que apenas sentimos no ar/

Da morte nos sentido verbal/

E corta o corte que anula/

A cavalgada, e o anel/

Que corta o braço entorta/

Que sorte que corta/

Da morta simpatia simplória/

De malditas dores notórias, /

Nas proezas do corte/

Da vida que maldade,/

A bondade que faço/

Sem sentir alheio/

Dos olhos dos monstros na escola da vida./

Quantas vezes sonhei/

E nada adiantou apenas o que restou, /

Foram lágrimas secas/

Como concreto armado/

Quantas vezes solucei,/

E abracei minha verdade,/

Como se fosse a unidade/

Do puro e verdadeiro aroma/

Que me facilitou a dor/

E quando acordei notei/

A mudança e na sentença que ouvi/

Havia uma mudez gelada/

Nua da minha incerteza./

Havia um tremor nas pernas da verdade/

Que neguei dizer/

Havia uma claridade que ofuscava meus olhos/

Que ceguei por medo,/

Medo de me assumir, /

De redimir, de raciocinar/

E aí, como vaguei sem fim/

Como neguei a mim, Inimigos,/

Conhecidos e até meu Deus neguei/

Por covardia, pela simples valentia do covarde/

Que a verdadeira ignorância/

luiz machado
Enviado por luiz machado em 24/11/2008
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