Dê-me Rosa [...]

Dê-me tua mão rosa despedaçada,

recolha teus espinhos verde-limão

de quando em vez voe sozinha

de quando em vez dê-me tua mão

dê-me um riso rosa supérflua

mesmo que minta por ventura

às custas d'amores maculados

pr'onde à alma sejas a cura

dê-me versos rosa poetisa

os mesmos do epitáfio tardio

que habita o teu livro moribundo

que vive de amor a morrer de frio.

Silva Neto
Enviado por Silva Neto em 14/11/2008
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