CRIVEI-ME DE BALAS
Crivei-me de balas
Na porta da sala
Ah, porta sem nome!
A mim mesmo não importa
Mas sim a porta. a porta...
Inteira de vidro
Chave tetra dourada
Verde água, temperada
Mostra de fora
A vida de dentro
A porta sim, importava
Eu não... Entupido de balas!
As balas em prata
Recheios de nata
Olhava eu a porta
E a porta me desafiava
Enquanto a bala, desmanchava...
Dizia-me a porta,
Como se falasse:
“Bater-me, não suporto
Me encosta.
Sejas para mim
O que para ti fui,
Cristalina sentinela,
Extremamente indiscreta!"